Não é, mas podia ser um anúncio publicitário.
E cheguei a Soller,cidade encravada num formoso vale no meio da montanha e com muito movimento de turistas, é verdade. Mas vi algo que me despertou a atenção de português.
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| Praia de Magalufe |
A verdade é que, ao colocar a bússola em cima do mapa, para o destino me indicar um local de férias, ela, caprichosamente, apontou para o mediterrâneo. Com metade do trabalho feito, faltava apenas decidir pelo
local mais adaptado ao meu "descanso" deste ano, não muito longe e ainda desconhecido para mim. Assim, depois de uma rápida escolha, surgiu Las Palmas. Curiosamente, nunca havia pensado em tal destino!
Não vás, diziam alguns. Muito barulho, confusão, muita gente por todo o lado. É um inferno cheio de ruído!
Mas fui e não me arrependi.
Com cerca de 110 km de largura por 120 de comprimento, esta magnífica ilha tem tudo para oferecer. Barulho, alegria e confusão em Magalufe e zona da marina em Palma, mas depois, toda uma série de destinos que satisfazem os mais necessitados de calma e tranquilidade, como a sua zona norte, ou a parte serrana (tramontana) da ilha.
Andei um pouco por todo o lado. De autocarro, comboio, eléctrico, barco e a pé.
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| Eléctrico de Soller |
Os eléctricos de Soller, foram comprados á Carris de Lisboa. Recuperados e devidamente pintados e arranjados, fazem as delícias de milhares de turistas diáriamente, percorrendo pequenos percursos dentro da cidade. Mas para chegar a Soller, desloquei-me de comboio. Cerca de 35Km pelo meio de montes e vales sinuosos e com vários túneis, que me transportaram para outra época, quiçá mais romântica e tranquila.
Comboio completo, seguido de outros igualmente recheados de gente, com paragem em local escolhido para fotos. E vi rostos sorridentes e descontraídos, felizes, talvez por se sentirem contentes com o momento! Pequenos nadas, que ás vezes nos transportam para épocas mais felizes. Gostei muito e só posso recomendar aos que quiserem ir.
Ressaltam, porém, alguns pormenores desta pequena mas educativa viagem: a vontade de querer fazer e o engenho empresarial do povo da ilha.
Comboios antigos e eléctricos que nós, portugueses, temos a ganhar ferrugem em garagens obscuras! Obras de arte que deviam estar ao serviço do turismo em vários pontos do país, incrementando a vinda de mais turismo. É nostálgico e um pouco doloroso ver os outros aproveitar com engenho o que nós malbaratamos. E Portugal tem tanta paisagem, tanta beleza, que só de pensar, fico com pele de galinha!
Fui a Las Palmas e confesso, devo voltar. Ali está uma escola de turismo a céu aberto, com hoteis a oferecer pratos típicamente portugueses, como bacalhau á Zé do Pipo, cozido á portuguesa ou feijoada...
numa busca diária de agradar a quem paga e atraír portugueses.
Gostei do que vi e muito. Tomara, contudo, fosse ao contrário...que os espanhóis viessem e se sentissem tocados pela nossa "gana" de bem fazer.
