Nunca se viu, desde a criação da União Europeia, uma crise com as dimensões da actual, que colocam a Grécia, mas também a própria UE, no fio da navalha.
À primeira vista tudo indica que, como bom devedor, a Grécia, deveria assumir os seus compromissos, pagando aquilo que deve aos seus credores. A profundidade do problema contudo, não fica apenas por aqui.
Conforme vem sendo costume em muitos países, importa salvaguardar os interesses dos bancos, concedendo empréstimos de consolidação que depois são pagos através do lançamento de impostos e cortes diversos, nas regalias e direitos de quem trabalha. Resumindo, empresta-se aos bancos e depois quem tem que pagar os juros mais o próprio, são os contribuintes, que nada têm a ver com os bancos. Curiosamente, muitos governos aderem a este tipo de capitalismo desenfreado, esquecendo completamente o seu próprio povo, retirando-lhes direitos e carregando-os de impostos que, na verdade, não devem pagar.