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Porque a França é tão atacada pelo terrorismo?

Segundo dados fornecidos pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos (International Religious Freedom Report 2004) e outras fontes, a população islâmica da União Europeia representava, em 2005, 3,12% do total de cidadãos, ou seja, aproximadamente 14.261.000 cidadãos islâmicos, a saber:

França - 6.225.000 muçulmanos representando 10% da população
Alemanha - 4.300.000 muçulmanos representando 5% da população
Áustria - 385.000, representando 4,7% da população
Bélgica - 400.000, representando 4% da população



Somando tudo temos que, estes 4 países, têm no seu conjunto cerca de 11.310.000 cidadãos de origem muçulmana.
Ao analisar o número de cidadãos muçulmanos residentes na União Europeia, temos, também em 2005, cerca de 14.261.000.
Assim sendo, os quatro países atrás mencionados, têm na sua sociedade qualquer coisa como 79,3% da população islâmica da UE, com 28 países membros.
Os restantes 24 países, no seu conjunto, têm apenas 2.951.000 o que corresponde a cerca de 2,06% da população islâmica da União.

Este texto não pretende ser uma estatística exaustiva de números e muito menos um apelo ao belicismo que não defendo, nem consigo entender, num Mundo tão desigual, devido à cada vez maior concentração do dinheiro e a uma ganancia desmedida que parece não levar ninguém a um futuro mais risonho para a Humanidade.
Mas quando olhamos para a França (e não só) e tentamos ver o que lá dentro se passa, verificamos que, há muitos anos, não existem políticas efectivas de inserção social, que permitam que TODOS os cidadãos franceses tenham de facto acesso à educação, ao emprego e à segurança na velhice, proporcionando igualdade de oportunidades para todos. 

A França surgiu, no inicio dos anos sessenta, como um grande país que deu a independência às suas possessões ultramarinas, atraindo para o seu interior milhares de emigrantes, vindos dessas mesmas possessões, com a miragem da protecção e de melhores condições de vida no futuro.
Todavia, a maioria esmagadora dos que quiseram ficar franceses, tinham outros hábitos de vida, outra mentalidade, outra religião. Instalados na sua nova terra, constituíram família, alargaram a "sua" comunidade, mas continuaram sempre fieis aos seus hábitos e religião, dificilmente penetrando na sociedade francesa.

Hoje, a França, tem mais de 6.225.000 muçulmanos a viver em bairros periféricos das grandes cidades, sem acesso facilitado ao emprego, olhando para um futuro negro e sem esperança.

Será então que a França segue o melhor caminho, atacando alguns países islâmicos e apregoando aos quatro ventos o seu desejo de vingança?
Talvez que a cura para semelhante sofrimento, esteja dentro das próprias portas. Talvez o governo francês, já há muito tempo, tivesse tido a coragem de enfrentar de frente os problemas que têm crescido exponencialmente. Talvez o governo francês não tenha assumido como sua, a comunidade francesa islâmica.

 A verdade é que ao longo de quase sessenta anos a França permitiu a constituição de grandes comunidades islâmicas, mas nunca lhes facultou as mesmas oportunidades que aos restantes franceses. Os resultados, parecem estar à vista.
Se a integração desta sociedade tivesse sido feita progressiva e atempadamente, talvez não existissem os graves problemas, cada vez mais complexos, que se colocam à França mas também, sem dúvida, a outros países da UE.
E a guerra, não é a solução para tudo.