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O novo acordo ortográfico da lusofonia

Todos ouvimos falar frequentemente, que a língua portuguesa é um património universal de valor incalculável. Cerca de duzentos e trinta milhões de pessoas espalhadas pelos quatro cantos do mundo, falam o "seu" português. O Brasil, pelo seu poder em maior número de habitantes e não só, tem uma importante palavra a dizer, mas não pode, nem deve, condicionar aos seus interesses as alterações ortográficas e gramaticais, sob pena de se criar um português falado da mesma maneira, com diversas nuances na Europa, na África ou na América.

 Estabelecer consensos é uma tarefa difícil, mas não podem ser preteridos ou menos ouvidos (permita-se o termo), países como Angola e Moçambique, saídos há muito menos tempo da influência directa dos portugueses e com problemas internos importantes a resolver, antes de se preocuparem verdadeiramente com a importância do acordo ortográfico.

Nada custa admitir, porque é verdade, que o verdadeiro motor do português a nível internacional é o Brasil. Um país jovem, pujante e que em breve será uma das grandes potências mundiais. E quem não gosta da pronúncia brasileira? Da sua doçura e da forma directa e objectiva como o português é utilizado?

A verdade porém, é que Angola e Moçambique ainda não ratificaram o acordo. E é muito importante encontrar formas de consenso, para o bem da língua que todos falamos.
Penso que nunca será possível falarmos da mesma forma. Basta visitar qualquer um destes países, para verificar esta realidade. Mas é muito importante encontrar formas de escrever que sejam iguais, para nos unir ainda mais e nos tornar mais fortes.

Se possível fosse, lançaria um apelo sincero aos negociadores brasileiros, no sentido da compreensão e da tolerância. Quanto aos negociadores portugueses, ficam ditas as mesmas palavras. Não será fácil, mas é seguramente possível encontrar instrumentos de acordo, que vão ao encontro de todos os envolvidos no processo. O grande beneficiado com tudo isto, será o português. O português universal e não o português PT, BR, ANG ou MOÇ., para não falar nos outros países lusófonos.