Bandeiras dos Palop

Bandeiras dos Palop

Páginas

Angola, 40 anos depois da independência

Há quem diga que os angolanos nunca ganharam a guerra e que a independência lhes foi oferecida pelos portugueses, depois da Revolução de Abril de 1974.
Há quem diga que determinadas zonas de Angola, mais no interior, mais junto ás fronteiras, eram dificilmente controladas pelas tropas portuguesas.

Pessoalmente, penso que o 25 de Abril, foi o culminar de uma situação existente no interior do exército português, dividido, com sequelas internas
derivadas das mais rápidas promoções dos oficiais milicianos, que os do quadro permanente. O movimento de descontentes foi aumentando, alastrando por todas as províncias ultramarinas e continente, até que aconteceu a revolta.
(Os vídeos abaixo inseridos, são apenas uma pequena abordagem dos temas aqui falados.) 


Seja como for, a verdade é que Angola, esse potentado situado na África Ocidental, alcançou a sua independência em Novembro de 1975. Os festejos foram enormes e justificados, mas a verdade é que o povo angolano não estava preparado para uma independência tão rápida, após 13 longos anos de guerra de guerrilha.
 As diversas facções que entretanto já estavam no terreno e as que surgiram posteriormente, tinham sede de poder, que não sede de verdadeiramente aprender a governar, mesmo que numa democracia de aprendizagem. Inevitavelmente, tinha de haver uma guerra civil.


Tenho de deixar aqui bem expresso o meu sentimento de solidariedade para com o povo angolano, que tanto sofreu e continua a sofrer. Não me refiro aos poderosos, nem aqueles que mais ou menos habilidosamente alcançaram grandes fortunas. E também não refiro aqueles que, já nessa altura, se encontravam a salvo em países europeus, longe da confusão política e das lutas fratricidas. Refiro-me exclusivamente ao povo simples de Angola. Aqueles que se sentiram espoliados, maltratados, violentados pelos seus próprios irmãos.

Durante a guerra civil que durou quase 30 anos e que devastou todo o território angolano, quer do ponto de vista da fauna quer da flora, para já não falar dos milhares que morreram dos diversos lados da guerra, não será muito difícil imaginar o pobre povo das terras do vasto interior angolano. Vivendo de pequenas agriculturas rudimentares ou da pesca artesanal. 

Tropas da FNLA, atacando Luanda

Imagens da guerra civil. Clique para ver mais
Entalados entre as diversas forças militares que tudo exigiam, em troca de segurança e apoio. Pouco tempo depois, mudavam as forças e uma vez mais, tinham de tudo dar em troca de segurança e apoio...e esta situação muito parecida com o inferno, durou quase 30 anos...até à subida ao poder do MPLA.

Agricultura de subsistência

Pesca artesanal
Interessa dizer agora, depois de ver o país entrar em recessão após um período de franco crescimento económico, que muito pouco mudou para a maioria do povo angolano.

É tempo de o presidente Eduardo dos Santos, que conhece bem Angola e o seu povo, fazer o retorno de tudo o que o povo lhe deu até agora.

Luanda

Imagens de Luanda: clique para ver mais
Angola, tem tudo o que os outros países têem e muito que os outros países gostariam de ter: petróleo, diamantes, ouro e imensos recursos naturais. Angola, 14 vezes maior que Portugal, tem espaço até demais para que todos os angolanos possam viver em paz.

Talvez que, depois de 40 anos de poder absoluto, o Presidente Eduardo dos Santos decida que é tempo de dar aos angolanos a possibilidade de escolherem os seus próprios líderes. 40 anos é muito tempo. Ao permitir que isso acontecesse, ainda iria a tempo de redimir a sua imagem perante o seu povo e a comunidade internacional.

Parabéns angolanos. Parabéns Angola. Parabéns ao povo sacrificado que, mesmo assim, sente orgulho de ser angolano. Como português que sou, feliz ficarei com a boa sorte dos angolanos e de Angola. A mesma língua e história à quase 500 anos.