Bandeiras dos Palop

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PRAIA DO (sem) FUTURO-FORTALEZA-BRASIL

Aqui temos, á primeira vista, uma praia com gente, igual a tantas outras espalhadas pelo Mundo. Mas esta é a Praia do Futuro (?) em Fortaleza, Brasil.
As pessoas que se vislumbram á beira mar e a jogar a bola, são meninos e homens já feitos da favela situada em frente á praia.
E eles são os donos da favela, mas também das ruas em seu redor, da praia e também do mar!
E existem várias torres de vigia, onde permanecem todo o dia, polícia e nadadores salvadores. Tudo bem organizado.
Porém, ao chegar á praia, surge o aviso dado pelos seguranças, polícia ou nadadores salvadores: Atenção aí! Nada de aneis nem objectos á vista. Passar para o lado norte da praia, é perigoso! Correcto o procedimento. Mas então que acontece a seguir? O visitante ou turista, brasileiro ou não, sente a sua liberdade coartada. Instala-se o medo e aquele que poderia ser um dia bonito, acaba por se transformar num dia de vigilia e intranquilidade...


olhando para um lado e para o outro, desconfiadamente, com expectativas muito cinzentas!
Ir ao mar tomar banho? Claro que sim, mas sempre sob a vigia permanente e apertada dos "meninos" que observam cada detalhe da possível vítima, na qual ficam "ligados" o resto do dia. Depois, é uma questão de espera até que o desavisado ou distraído, vá até ao lado norte da praia.
Aí, em segundos, tudo acontece e sob as vistas impotentes da polícia!
Na verdade existe uma forte pressão na Praia do Futuro, apesar dos esforços da polícia. Mas Fortaleza e os seus municipios vizinhos, precisam do turismo e dos turistas. Esta forma quase codificada de convivência diária, afasta definitivamente os visitantes que podem ficar com a ideia de que em Fortaleza existe uma grande pressão sobre os forasteiros, sempre sujeitos á violência e aos assaltos.
Brasil, país mil vezes cantado por artistas e poetas, abriga nas suas ruas e praças, milhares de pequenos e grandes fora da lei, que desacreditam um País que gosta de receber!
Soluções? Pois! Educação? Ensinar/obrigar as crianças a aprender a ler e a escrever, em vez de as estimular para a marginalidade. Talvez que nessas favelas existam muitos pais que ensinam o bem, acredito.
Mas o acesso ás drogas tem motivações muito fortes.
Tantos meninos a surfar com tanta arte e manha, de manhã até ao pôr do sol!
Tantos meninos podiam ser, quem sabe, campeões de surf se fossem educados para o trabalho e não para a malandragem...dizem, na Praia do Futuro, os vendedores de bugigangas que o dinheiro que se ganha fácil, é fácil de gastar. E é uma verdade universal.
A Copa do Mundo, como lá se diz, vai passar por Fortaleza. Que se cuidem os responsáveis, pois vai haver milhares de "meninos" ligados não só nas praias, mas um pouco por toda a cidade. E dois milhões e meio de Cearenses, não quererão passar por tão pesada vergonha!