O Presidente do Tribunal de Contas declarou hoje à imprensa e televisão, que a economia paralela, em Portugal, já representa 25% do PIB.
Preocupo-me como cidadão e como esforçado contribuinte. Os impostos devem ser a pedra basilar de um sistema democrático. Não havendo lugar à sua boa cobrança não poderá haver também as esperadas melhorias sociais e outras, de que o País tanto precisa.
Mas… não deve o exemplo vir de cima? Não devem os cidadãos entender/perceber que os mais altos (e não só) responsáveis políticos, cumprem zelosamente as suas obrigações para com o fisco? Esta devia ser também uma obrigação basilar do nosso sistema democrático, com o propósito claro de incentivar o cidadão a cumprir as suas obrigações tributárias!
São frequentemente divulgados resultados de estudos sobre o “andamento” da economia paralela em Portugal. Parece não haver grandes dificuldades para determinar com algum rigor o seu valor monetário.
Para mim, contudo, fica uma pergunta que há muito coloco a mim mesmo. Porque será que se estuda, avalia, determina e divulga o crescimento da economia paralela e não se estuda, nem avalia, nem divulga, o crescimento das verbas desviadas, malbaratadas e indevidamente usufruídas por muitos políticos deste país? Fica muito fácil de ver que tanta falta faz uma verba, como a outra…e falamos… de milhões! Não será mais difícil determinar os valores indevidamente utilizados pelo governo e seus satélites, do que determinar os 25% do PIB para o mercado paralelo! Haja lucidez e verdade. Há que repensar muito bem o nosso sistema político. Quem concebe, dita e promulga leis para serem cumpridas pelo cidadão comum, não está interessado em fazer o mesmo contra si próprio, como é óbvio.
Mas para terminar quero apenas dizer que assim não chegaremos nunca ao chamado estado democrático. Infelizmente! Os dinheiros desviados quer de um lado, quer do outro, são VITAIS para a nossa economia e bem estar.
Por isso, inevitavelmente o exemplo tem de vir de cima. Se não vier, assistiremos, provavelmente, a uma escalada interminável de fugas ao fisco. Porque, ao fim e ao cabo, umas “coisas” andam de mão dada com as outras. Quem paga? Bom…isso, todos nós sabemos.