Bandeiras dos Palop

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A Bola de Neve que inunda a Europa



O Mundo está diferente e para pior, infelizmente para toda a civilização!

Apesar dos avanços fantásticos em todas as áreas da vida humana, quase fica a sensação de que, quanto mais cultos, mais selvagens nos tornamos.
Segundo dados das Nações Unidas, existiam cerca de 45 milhões de refugiados em 2012, sendo que, destes, 45% são crianças inocentes, carecidas e esfomeadas!


Estamos perante a maior catástrofe de que há memória, desde o genocídio no Ruanda e do desmantelamento de ex-Jugoslávia em 1992, com a crise na Síria.
A velha Europa, depauperada, sem crescimento económico visível, dividida e sem objectivos políticos claramente definidos, apresenta-se, ainda assim, como a terra de todas as promessas, despertando outros povos mais pobres e perseguidos, como se fosse o Paraíso, que de alguma forma tem de ser alcançado.

O actual desastre humanitário, como se costuma dizer, não é mais, nem menos, do que a expressão máxima da ganancia, da falta de escrúpulos e da selvajaria que corrompe milhares de "poderosos" em todo o Mundo, capazes de cometer os mais hediondos crimes, apenas em nome do dinheiro e da riqueza. As vitimas deste terrorismo, são sempre as classes mais frágeis e desprotegidas, que pagam com a vida, o direito de procurar a paz e a dignidade, para si e para os seus.

O mapa ao lado, mostra a velha Europa e, as setas a vermelho, os países de onde têm saído mais pessoas nos dois últimos anos, perseguidas por motivos políticos, religiosos ou lutas de poder. Líbia, Egipto, Síria, Iraque e Ucrânia, têm empurrado milhares de inocentes para fora das suas terras. Solução? Procurar refugio e ajuda na Europa, custe o que custar, nem que seja a própria vida.

Mas há ainda mais meia dúzia de países, onde o povo incomoda o poder, qualquer que ele seja. Alguns destes países, vivem numa luta fratricida há mais de vinte anos, sem se vislumbrar um fim a vista.
ERITREIA - 357 mil refugiados, só em 2014!
SOMÁLIA - Sem governo regulamentar há mais de 20 anos. 1 milhão de cidadãos vive no exílio, o que corresponde a 14% da população. Só no 1º semestre de 2015, sete mil refugiados atravessaram ou morreram no Mediterrâneo.
NIGÉRIA - Só no primeiro semestre de 2015, tiveram de fugir para salvar suas vidas, cerca de 8 mil nigerianos.
GÂMBIA - Sem governo reconhecido há mais de 20 anos. Só no primeiro semestre de 2015 tiveram de fugir ás lutas fratricidas, cerca de 4 mil pessoas.
SUDÃO - A velha e terrível guerra entre clãs, que só na província de Darfur, já matou mais de 300 mil pessoas! Apesar de toda a desgraça, este país também recebe imensos refugiados de vários pontos de África: Eritreia, Etiópia, Chade e Congo, que juntos já devem somar 170 mil pessoas, a viver na mais terrível das misérias e com a vida por um fio, a cada dia que passa.

Considerando apenas estes sete países africanos, falamos contudo de milhões de refugiados, estropiados, violados e escravizados, alguns há mais de 20 anos, sem que a comunidade internacional, a ONU e outras entidades, se tenham mostrado suficientemente interessados em dar o seu contributo humanitário, afim de, alguma forma, aliviar o sofrimento e o medo sentido por esta gente, de carne e osso como nós!

É estranha a forma como a União Europeia, os Estados Unidos, bem como entidades diversas não governamentais, de um momento para o outro, resolvem surpreender o Mundo, apelando alto e bom som, que é preciso acolher, ajudar e alojar devidamente os refugiados da Síria, porque são perseguidos e mortos na sua terra. É estranho que estes mesmos refugiados, se possam dar ao luxo de escolher os países onde querem ser acolhidos, e recusar outros que os querem receber. É estranha a forma como estes refugiados passam as fronteiras europeias sem um controlo rigoroso de identidades, por parte das autoridades. O que se passará entretanto, no meio de toda esta confusão? Serão apenas cidadãos fugidos da guerra, ou pelo meio, vêm também aqueles que aproveitam a balburdia para se infiltrar na Europa?

Refugiados vindos da Síria
Talvez que a melhor forma de ajudar todos estes povos martirizados e perseguidos, fosse a não ingerência nos assuntos internos dos seus países.

Os EU e a Europa, interferem demasiado em questões de política interna. A maioria das vezes, como todos sabemos, os problemas ficam por resolver. Caso do Afeganistão, Líbia e Iraque e agora, a Síria. Em consequência deste desastre, França, Reino Unido e EU, pensam castigar fortemente algumas regiões da Síria, voltando a atirar para a desgraça, mais uns milhares de cidadãos inocentes e indefesos, que, amanhã, irão engrossar ainda mais, as já enormes filas que pululam por essa Europa fora. A Humanidade deve ser praticada sim, mas não desta forma desigual e discriminatória. Com a continuação da ingerência, continuaremos a ter cada vez mais refugiados a caminho da Europa e de outros países, numa escalada impossível de prever.

 Todos os povos têm o direito de viver em paz.
Refugiados de África
 Principalmente os dirigentes europeus, deviam entender que este não é o caminho da solidariedade, nem da paz. Quanto mais guerras e lutas de poder houver em África e Médio Oriente, mais refugiados teremos a bater à porta de uma Europa solidária, mas que parece não percepcionar a raiz do verdadeiro problema.
 E o verdadeiro problema, passa exactamente pela ingerência dos países poderosos, nos assuntos internos dos países supostamente mais fracos. A Europa é uma miragem para muitos povos perseguidos, espoliados e quase atirados ao mar. Mas a verdade, é que a Europa não pode abrir portas e deixar passar tudo e todos, sob pena de, amanhã, a própria Europa ter os seus filhos a procurar refugio em países que os queiram e possam acolher. Que isso nunca aconteça.